Juvenal Juvêncio: Presidente do SPFC |
O esquema tático de sucesso do São Paulo no ano passado resultou no título da Sul-Americana, mas em todo momento a equipe esteve exposta e com falta de rotatividade. Dois pontas muito ofensivos compensavam a falta de marcação com dribles e gols. Legal, mas onde está a movimentação para desequilibrar o adversário? Emerson, ponta-esquerda do Corinthians corre pelos dois lados, por dentro e em profundidade. Não é comparação, somente exemplo.
No decorrer de seu trabalho, aparentemente Ney apenas se preocupou em ter uma equipe ofensiva. Tendo alguns jogadores acima da média, até dá certo esse pensamento. Só que a realidade são-paulina é outra.
Muitos elogiam Wellington e Denílson. Curioso, não vejo capacidade nesses dois jogadores. Não protegem os laterais, e estes avançam. Logo, fica um grande buraco na defesa. Ontem Bernard teve uma liberdade enorme, puxando a defesa tricolor, igualmente Neymar em outrora. Inclusive, naquela ocasião criticaram o Paulo Miranda e outros absolveram dizendo que ele errou, “mas dava pra deixar passar pois era contra o Neymar.” Se enganam demais. Foram os volantes que pecaram.
Quando Marcos Rocha subia, notava-se em todo momento Pierre fazendo a cobertura; Leandro Donizete no centro e Júnior César permanecendo atrás. Claro, em alguns momentos subia o lateral-esquerdo e Marcos aguardava. Mas isso para que? Para ter sempre 5 jogadores no seu campo e mais 5 no rival, dividindo as responsabilidades defensivas e ofensivas.
O técnico do São Paulo precisa aprender muito ainda. Time grande pode até formar professores, só que para comandar o time principal precisa estar pronto.
Nós esperamos muito do clube paulista, e estou achando todos muito pacientes. Está na hora do Ney Franco ser cobrado. Que o Lucas saiu todos sabem, mas vai ver o time do Santos que foi remontado se já não está entrosado. Até o Palmeiras tem muito mais alternativa tática que o tricolor. E eu assisto os jogos, sei do que estou falando hein? Como criamos expectativas em cima dessa equipe e o treinador adota o discurso moderninho, de jogar para frente, acabamos aliviando demais.
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